O que será que será?

O quê andam planejando pelas alcovas? O quê andam gritando em versos e prosas?

Na cidade cada vez mais cinza, publicitário usa a arte como solução para a tristeza

Muros da cidade de Taubaté estão passando pela transformação pelas mãos do artista Rodrigo Abreu que faz críticas à sociedade.

"Sem Título"

Afinal por que motivos precisamos por títulos em tudo?

sábado, 22 de outubro de 2011

Unanimidade no STJ, mas e o resto do país?

Finalmente o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade a legalização da união homoafetiva. Decisão que já passara do prazo de validade. Agora os casais homossexuais tem os mesmos direitos dos casais heterossexuais, dentre elas: adoção, divisão da guarda e sustento dos filhos, possibilidade de pensão alimentícia, inclusão do companheiro em plano de saúde, herança em caso de morte, partilha de bens em caso do fim da união, facilidades para conversão da união estável em casamento dentre outros.
                O primeiro pensamento que me vem a cabeça é que com essa decisão a população passaria a aceitar esses casais, mas vejo o contrário, dentro das famílias a critica ferrenha ao que não se conhece predomina. O casamento, a formação de uma família e o reconhecimento jurídico era tida como algo apenas entre homem e mulher durante todos esses anos, só que a lei mudou agora os casais homossexuais que "demonstrarem a convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de formação de uma família, haverá, por consequência, o reconhecimento de União Homoafetiva como entidade familiar", diz o fragmento do Acórdão nº REsp 1199667 / MT de Superior Tribunal de Justiça, Terceira Turma.
                Mas essa critica tem origem: a religião. Não importa se o STJ já declarou legalizada a união, a CNBB em nota do dia 11 de maio deste ano disse que "equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma", já que a Igreja católica considera o "casamento como uma união de amor entre homens e mulheres, para toda vida e com o objetivo de procriar e educar as crianças." Sendo assim gays não estão aptos a formar uma família, assim como os estéreis? Errado, apesar de não poderem procriar, os estéreis são considerados família pela Igreja. Então uma escritura seria a causa de tanto clamor? Alguns adeptos da religião afirmam que a bíblia, por ter sido escrita há muitos anos, estava de acordo com a realidade da época, e agora ela necessita ser reinterpretada.
                A discussão não segue apenas para esse lado. O sociólogo da religião Antônio Flávio Pierucci, da USP, afirma que “apesar de justificada em valores religiosos, a condenação à homossexualidade é fundamentada num conceito chamado de tradicionalismo pelos acadêmicos. Em geral, temos dificuldade para lidar com questões cujas respostas vão de encontro ao que aprendemos como correto. E não há dúvida que enxergar os homossexuais como iguais é uma novidade radical na realidade dos heterossexuais.”
                Sociedade pronta ou não para aceita-los, eles estão aqui desde que os héteros são héteros, um pouco Antiguidade Clássica - já que relatos comprovam sua existência na Grécia Antiga - e merecem acima de tudo respeito. Estão ganhando cada vez mais espaço e justiça, mas é o inicio de uma luta extensa e um tanto cansativa, quebrar um preconceito e uma “tradição” tão antiga, leva muita paciência, amor e força, e isso eles tem de sobra.



Fontes: http://super.abril.com.br/cotidiano/brasil-homossexuais-sim-444558.shtml
                http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/05/casais-gays-poderao-adotar-filhos-e-registra-los.html
                http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/05/veja-perguntas-e-respostas-sobre-o-julgamento-da-uniao-gay-pelo-stf.html
                http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,cnbb-critica-decisao-do-stf-sobre-uniao-homoafetiva,717854,0.htm

sábado, 24 de setembro de 2011

Canela e Fubá

"O mesmo chá ainda tem gosto de canela, faz-me lembrar os velhos tempos, não os bons, porque eu ainda era criança, e aquele chá com canela me deixava infeliz, junto do bolo de fubá. Nunca gostara de ambos, talvez por causa da canela e do fubá, ou talvez porque nunca gostara mesmo, e isso permanece em mim até hoje. As crianças tem o direito de não gostar de algo, e eu era criança, talvez eu ainda seja, por não gostar de canela e fubá."

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

#Pensamentos

     Hoje percebo que, enquanto comprava batatas para o almoço de domingo, a cada dia, me torno uma pessoa acomodada ao meio que vivo, estou começando a me acostumar com a ideia de viver assim, comprando tudo que se é necessário no armazém da esquina, sem que tenha de movimentar pra longe dessa possivel bolha.

sábado, 7 de maio de 2011

Precipício

 Eles estão caminhando,
como uma procissão calma,
para o precipício.
E eu, Holden, não posso pegá-los...
Sou um apanhador no campo de centeio preso ao chão.
Tento, e tento me libertar, mas estou preso
à essa maldita prisão conceitual.

A garganta sangra, por tantas as vezes que gritei em vão.
Eles continuam caminhando para o precipício,
vez em outra, um que passa por mim, ouve meus gritos de demente:
Para, olha, mas não é capaz de me ajudar...
prefere andar com o resto da multidão,
e eu acabo lá, novamente, preso ao chão.

As correntes produzidas por eles próprios,
impedem-me de qualquer forma,
a liberdade.
Acho, as vezes, que eles também estão acorrentados
a esse fluxo...

Sinto, Holden, mas estou sem forças para continuar...
Nadei, e nadei, mas vou acabar sendo levado pela correnteza,
e por fim, morrerei junto de todos os que tentaram, na praia.


Kássia Hoshi

sábado, 23 de abril de 2011

     Não espero nenhum olhar, não espero nenhum gesto, não espero nenhuma cantiga de ninar. Por isso estou vivo. Pela minha absoluta desesperança, meu coração bate ainda mais forte. Quando não se tem mais nada a perder, só se tem a ganhar. Quando se pára de pedir, a gente está pronto para começar a receber. O futuro é um abismo escuro, mas pouco importa onde terminará a minha queda. De qualquer forma, um dia seremos poeira. Quem é você? Quem sou eu? Sei apenas que navegamos no mesmo barco furado, e nosso porto é desconhecido. Você tem seus jeitos de tentar. Eu tenho os meus. Não acredito nos seus, talvez também não acredite nos meus próprios. Não lhe peço que acredite em mim. (Caio Fernando Abreu)

     Me descreve por completa.