O quê andam planejando pelas alcovas? O quê andam gritando em versos e prosas?
Por Kas Hoshi
Até mesmo quem te vê na fila do pão sabe: você terá uma vida dura pela frente. O País do futebol "acordou", virou País das Manifestações, mas saibam que não por um aumento de 20 centavos – cujo governo insistia em dizer que foi abaixo da inflação, essa que não foi contida até então. O Brasil se manifesta pela carência do seu povo. É fome, é dor. Carência do sistema de saúde, de transporte, de educação.
Mas é preciso cuidado ao tocar
nesse plano, pisamos sobre um solo desconhecido: onde dará essas manifestações?
Quais os limites do povo? Quem os organizará? O governo move seus intelectuais
para descobrir, mas está longe de entender. O povo entendeu que tem poder, que
pode ir às ruas, que pode reivindicar seus direitos, mas onde achar as
reivindicações? Os gritos de ordens vazias, o apartidarismo que por dentro é na
realidade antipartidarismo, tudo isso enfraquece os movimentos. E o
"jeitinho brasileiro" tão enrustido em nossa cultura social que é
quase automático? Ele vai ser policiado pelas próximas gerações?
A mídia, por incrível que pareça,
teve cuidado ao anunciar que os vândalos eram a minoria de manifestações
pacíficas que ocorreram pelas cidades do Brasil. Mas não pronunciou as falas
errôneas de um Ronaldo Fenômeno que afirmou não se fazer "Copa com hospitais".
Cuidado. Se a jornalista da Tv Folha
não tivesse sido atingida por uma bala de borracha e o fotógrafo da Future Press não tivesse quase perdido a
visão do olho esquerdo, a imprensa mostraria essa violência com esse mesmo
fervor? Ingenuidade nossa seria acreditar que esses foram os reais motivos.
Retornamos, então, à questão
principal: o que será de agora em diante? O país realmente acordou ou será que
eles só foram movidos por uma ideia maior, que os levou a protestar como
válvula de escape para a violência que o povo vive todos os dias?
2014 está quase aí. E o que será
que será?
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