O que será que será?

O quê andam planejando pelas alcovas? O quê andam gritando em versos e prosas?

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"Sem Título"

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

O que será que será?

O quê andam planejando pelas alcovas? O quê andam gritando em versos e prosas?

Por Kas Hoshi


     Até mesmo quem te vê na fila do pão sabe: você terá uma vida dura pela frente. O País do futebol "acordou", virou País das Manifestações, mas saibam que não por um aumento de 20 centavos – cujo governo insistia em dizer que foi abaixo da inflação, essa que não foi contida até então. O Brasil se manifesta pela carência do seu povo. É fome, é dor. Carência do sistema de saúde, de transporte, de educação.
     Mas é preciso cuidado ao tocar nesse plano, pisamos sobre um solo desconhecido: onde dará essas manifestações? Quais os limites do povo? Quem os organizará? O governo move seus intelectuais para descobrir, mas está longe de entender. O povo entendeu que tem poder, que pode ir às ruas, que pode reivindicar seus direitos, mas onde achar as reivindicações? Os gritos de ordens vazias, o apartidarismo que por dentro é na realidade antipartidarismo, tudo isso enfraquece os movimentos. E o "jeitinho brasileiro" tão enrustido em nossa cultura social que é quase automático? Ele vai ser policiado pelas próximas gerações?
     A mídia, por incrível que pareça, teve cuidado ao anunciar que os vândalos eram a minoria de manifestações pacíficas que ocorreram pelas cidades do Brasil. Mas não pronunciou as falas errôneas de um Ronaldo Fenômeno que afirmou não se fazer "Copa com hospitais". Cuidado. Se a jornalista da Tv Folha não tivesse sido atingida por uma bala de borracha e o fotógrafo da Future Press não tivesse quase perdido a visão do olho esquerdo, a imprensa mostraria essa violência com esse mesmo fervor? Ingenuidade nossa seria acreditar que esses foram os reais motivos.
     Retornamos, então, à questão principal: o que será de agora em diante? O país realmente acordou ou será que eles só foram movidos por uma ideia maior, que os levou a protestar como válvula de escape para a violência que o povo vive todos os dias?


2014 está quase aí. E o que será que será?